Regininha, uma vida transformada pelo amor a Deus

No dia de seu aniversário, a jovem professora de Uraí abre as histórias inspiradas pelo Santuário de Londrina

O Santuário dedicado à veneração da Mãe Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt, em Londrina (PR), está contagem regressiva para o grande dia da celebração dos seus 75 anos de fundação, marcado para 18 de maio próximo.  No decorrer desses anos, desde que, profeticamente, o pai fundador, padre José Kentenich, declarou que ali ela atuaria como a Esmagadora da Serpente, muitas histórias de vidas transformadas pela ação da Mãe Rainha vêm sendo escritas, não só na cidade, mas em toda a região.

Abrimos os relatos dessas histórias com a da jovem professora, Maria Regina Sakura Tokano que, apesar de ter ido muito cedo ao encontro do pai, teve sua vida transformada pela Mãe Rainha: – “Mãezinha, como és bela! Como és boa! Como eu te amo!… Hoje é o grande dia da minha primeira consagração, de minha primeira Aliança de Amor contigo. Sou tão feliz que gostaria de dizer a todo mundo que tu me amas, que Te amem, pois tudo receberão de ti”, escreveu em seu diário.

Descendente de família japonesa, nasceu em 12 de fevereiro de 1943 -hoje ela completaria 82 anos-, na cidade de Uraí (57 km de Londrina), que à época era chamada de Pirianito. Filha de mãe parteira e de pai engenheiro, suas primeiras lições de vida vieram baseadas na doação aos irmãos e testemunho de uma profissional competente e consciente de seus deveres e missão.

A educação e o contato com ‘livros e papéis’ também chegaram a ela mais cedo do que às colegas de sua idade, conforme relata a amiga Inês.

Fez o curso normal e formou-se “professora” para o então magistério primário. Porém, seu ingresso ao Ginásio Assunção, dirigido pelos padres Capuchinhos, além de habilitá-la nos estudos, abriu-lhe a porta que modificou a sua vida: ingressar na Igreja Católica.

No dia se seu batismo, realizado em 5 de junho de 1954 na Igreja de Nossa Senhora Aparecida, quando tinha 11 anos, conforme a tradição, ela escolheu “Maria Regina” como seu nome cristão, em homenagem a Maria Santíssima, sob o título de Nossa Senhora Rainha.

Em 1961, Regininha, como era carinhosamente chamada, veio para Londrina a fim de continuar seus estudos no curso de história na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras na atual UEL (Universidade Estadual de Londrina).  Na cidade, hospedou-se no pensionato do Colégio Mãe de Deus, assumindo o cargo de bibliotecária, para ajudar no custeio de suas despesas pessoais.

Sua caminhada cristã foi também se fortalecendo e, quando aceitou o convite para pertencer ao grupo da Juventude de Schoenstatt, lentamente estabeleceu seu contato muito íntimo com a Mãe e Rainha de Schoenstatt, o fundador padre José Kentenich e a Família de Schoenstatt.

Em sua vivência cristã e seu amor pela Mãe de Deus, Regininha não mediu esforços em sua autoeducação como contribuições ao Capital de Graças, tudo registrado em seu diário. A exemplo de José Engling quis fazer de seu coração um florescente canteiro de lírios, expressão de seu ideal pessoal: Amar pelo servir em prontidão filial.

Terminados seus estudos retornou a Uraí onde lecionou no Ginásio Estadual de Uraí e na Escola Normal Coelho Neto. A disciplina de história abriu-lhe o campo para estar perto da adolescência e juventude de sua cidade.

Regininha sentiu-se chamada por Deus à vida religiosa, porém não conseguiu concretizar este ideal porque faleceu muito cedo, com apenas 23 anos, no dia 5 de julho de 1966, em Curitiba.

Mas há a certeza de que o Pai Celeste aceitou sua oferta heroica. Frei Tito Oliveto, seu confessor, após sua morte comentou: “Esta moça é uma santinha; não perde missa e a comunhão diária…”

Por seu trabalho uma escola de segundo grau em Uraí recebeu o nome de Regina Tokano. Atendendo a um pedido seu feito à diretora dessa escola, foi construída no local uma capela dedicada a Mãe e Rainha de Schoenstatt.

Na escola de Uraí encontra-se ainda um memorial com sua fotografia, feito como expressão do carinho e da amizade de seus colegas, reforçando sua influência apostólica no meio onde atuava. Regininha foi uma pequena semente que se lançou com amor e ousadia no solo sagrado de Schoenstatt para a glória de Deus e louvor de Maria.

Se você também teve sua vida transformada pela Mãe Rainha e Vencedora em nosso santuário, venha contar-nos.

Dia a dia de amor à Mãe de Deus

Do diário de Regininha, selecionamos alguns emocionantes relatos de fé e amor filial

21.06.1961 – “Mãezinha, alcança-me a graça de ser ‘tudo para todos’ como José Engling; de fazer ‘tudo direitinho’ como João Wormer; de dizer ‘sempre SIM à vontade do Pai’ como Irmã M. Emilie.”

08.12.1961 – “Mãezinha, como és bela! Como és boa! Como eu te amo!… Hoje é o grande dia da minha primeira consagração, de minha primeira Aliança de Amor contigo. Sou tão feliz que gostaria de dizer a todo mundo que tu me amas, que Te amem, pois tudo receberão de ti. Estou num paraíso terrestre, onde sou imensamente feliz, só porque amo a Ti, ao Pai Celestial e tudo aceito como sua vontade. Sou fraca, mas Tu tens me ajudando tanto, que nem sei como agradecer-Te. Obrigada, Mãezinha!”

22.12.1961 – “Mãezinha, eis-me novamente em casa. Ajuda-me a ser uma pequena Maria, também aqui, aceitando tudo como vontade do Pai. Já sinto grande saudade de Londrina, mas – por outro lado, estou contente, pois sei que estás comigo, aqui em casa, poderei oferecer muitas coisas ao Capital de Graças e juntar peninhas para o berço do Menino Jesus.”

Trechos de sua consagração de Carta Branca

“Querida Mãezinha, eis-me aqui, tua filha pequeninha que hoje, como prova de gratidão por tudo, vem consagrar-se a ti. Aceita o meu corpo e minha alma, meus talentos e defeitos, minha inteligência e vontade, liberdade e querer e este meu coração juvenil abrasado de amor por ti. Aceita-me com tudo que possuo e sou. Usa-me como agrada ao Pai. Amar pelo servir em prontidão filial.

Neste dia jubilar, aceita minha pequena vida pelos interesses de Schoenstatt… Ofereço-me como holocausto se isto não for contra os desígnios do Pai.

Aceita-me Mãe e Rainha de Schoenstatt. Faz-me um pequeno grão de areia e enterra-me bem fundo, na grande catedral de Schoenstatt, para ser o grande alicerce da geração do Pai.

Londrina, 18 de outubro de 1963 – Schoenstatt, 18 de outubro de 1914

Tua filha pequenina Maria Regina Sakura Tokano”