Confiamos que Deus tem um plano para nossas vidas?

 

Ana Paula Paiva – Estamos às vésperas do Enem – Exame Nacional do Ensino Médio – que marca as oportunidades de acesso à universidade por meio de uma prova de caráter nacional e unificado. Trata-se de uma ocasião na qual os alunos que buscam aprovação no vestibular se encontram muitíssimo ansiosos e que, como regra, esperam durante todo o ano.

 

No meu ano de ingresso na faculdade de Direito, o Enem se encontrava em seu primeiro ano de realização (sim, faz tempo), portanto, ainda não era obrigatório e nem valia como forma de ingresso regulamentar. Era um teste apenas – e por isso lá fui eu fazê-lo com a tranquilidade de quem não espera dele um resultado. E ali percebi: eu jamais seria aprovada se não conseguisse controlar minhas emoções (já que acertar perguntas de matemática e física me soava impossível – e realmente fui aprovada acertando 1 pergunta de física e nenhuma de matemática, o que mostra como eu não sou nada confiável fazendo contas).

 

E eis o grande dilema dos estudantes no atual processo de ingresso: a concorrência soa desleal, a quantidade de perguntas é enorme para o tempo que se tem para respondê-las, o conteúdo programático é mal definido – aliás, a forma de testagem para o ingresso não privilegia o verdadeiro conhecimento, mas apenas um amontoado de abstrações e informações decoradas e que, quase nunca, terão efetivo potencial prático. O nosso sistema educacional falha e tende a deixar nossos jovens à mercê da instrumentalização da educação.

 

Às portas dos grandes vestibulares do país e do Enem, a grande forma de se preparar não é mais passando as madrugadas debruçados sobre livros, mas sim acalmando o coração e exercitando a confiança que serena as emoções. E a estratégia é para uma dupla função – a primeira, mais importante, é que buscar a paz que vem de Deus torna nosso estudo também um degrau de luta pela santidade pessoal. Confiamos que Deus tem um plano para nossas vidas e ele perpassa nossa vocação profissional, não é mesmo? Devemos estar atentos e dar nossa contribuição por uma vida de estudos disciplinada e bem-feita, mas Deus realiza Sua grande obra por meio de seus pequenos instrumentos. E a segunda, mais humana, se todos estão muitíssimo preparados e se empenharam forças equivalentes nos estudos, os que conseguem controlar as emoções se lembram melhor das informações estudadas.

 

No meu caso, 19 anos atrás, a minha forma de acalmar meu coração foi ir até o Santuário e deixar sobre o altar o peso das minhas costas, que eu trazia comigo, e depois ir até o local da prova escutando Alanis Morissete no último volume (o que assustou um pouco meu pai, na época, confesso). Mas cada um pode encontrar sua maneira, não é mesmo? As sugestões seguem sendo as mesmas para todos os momentos de nossa vida: vida de sacramento (confissão, eucaristia), uma boa conversa com a Mater no Santuário, a certeza de que sua pequena parcela de contribuição ficou ali e que Deus terá o perfeito cuidado de tudo, sempre. Ainda que nos custe compreender seus desígnios (bem mais do que nos custa compreender teoremas matemáticos, aliás).

 

Lembrem-se: a filialidade heroica continua a vencer todos os desafios. Avante!

 

Fonte: schoenstatt.org.br

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