(Foto: Ir. M. Nilza P. da Silva)

 

Solenidade de Todos os Santos

 

Ana Paula Paiva – Comemoramos dia 1º de novembro a festa de todos os santos, instituída no oriente (Antioquia) no século IV e no ocidente no século VI. Trata-se da celebração, pela Igreja militante (que somos nós, batizados e pertencentes ao Corpo Místico de Cristo), da Igreja triunfante, ou seja, dos santos de Deus, conhecidos ou não, canonizados ou não.

 

Celebramos, portanto, todos os falecidos que morreram na graça de Deus e (ou) aqueles que já cumpriram seu período de purificação no purgatório.

 

Interessante considerar que, no Brasil, lembramos, no dia seguinte, de nossos irmãos falecidos que fazem parte da “Igreja padecente”, ou seja, nossos falecidos que se encontram no purgatório. Igreja triunfante, padecente e militante formam um único Corpo Místico de Cristo.

 

Mas, se a Igreja costuma celebrar seus santos nos dias de seu falecimento, por que celebrar também no dia 1º de novembro?

Embora os processos de canonização sejam a confirmação de uma vida de santidade, é preciso considerar a existência de muitos outros santos que não são conhecidos e que experimentaram uma vida de profundo vínculo a Deus e de entrega no silêncio e no anonimato (pensemos nos milhares de mártires que morreram nos primeiros séculos de nossa Igreja e que não chegaram a ser conhecidos, para citar apenas um exemplo). O dia de todos santos comemora essas vidas de devoção, exemplo e heroísmo da fé.

 

A intenção dessa festa, além de celebrar os exemplos de santidade, é – evidentemente – catequética, ou seja, é um chamado e impulso a que, também nós, tenhamos uma vida de cumprimento aos preceitos de Deus e que busquemos a nossa santificação pessoal e familiar, conforme nossa vocação e a partir de nossos deveres de estado.

 

Somos chamados a ser perfeitos e a morte e ressurreição de Jesus foi para nós um resgate: o próprio Deus nos mereceu a salvação e a todos nós se possibilita o céu, bastando que sejamos santos.

 

E qual é o conceito de santidade para nosso Pai e Fundador?

Pe. José Kentenich dizia que santo é aquele que possui vínculos sadios e orgânicos com Deus, com os outros, consigo mesmo e com o trabalho [1]. Em Schoenstatt, o conceito de santidade passa, também, pelo conceito de vínculos e, portanto, temas como autoeducação, horário espiritual, direção espiritual, exame particular, por exemplo, não nos devem ser estranhos, pelo contrário, devem fazer parte de uma boa rotina espiritual e plano de vida. Nossas práticas ascéticas de vivência da Aliança de Amor com Maria são, nada mais, que nosso caminho de santidade, de vínculos, de amor profundo e terno a Deus por meio de Sua Mãe.

 

Que nesse dia de todos os santos nos lembremos de nosso chamado universal à santidade e que tenhamos em conta que é justamente nosso estado de vida, nossa vocação e as circunstâncias que permeiam nossa história (nossa saúde, família, trabalho, entre outros fatores que nos circundam) que servem como terreno em que nossas raízes devem se aprofundar e florescer para Deus. Nossa vida é nossa arena de santidade, nossa história é o campo de belas flores (de sacrifícios, de amor, devoção e espiritualidade) que devem brotar a partir de nossa santificação. Que os exemplos de todos os santos do céu nos inspirem e que, um dia, possamos estar junto a eles.

 

 

[1] Livro: Santidade de Todos os Dias

Fonte: schoenstatt.org.br

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