Como instrumentos frágeis, reconhecemos nossas debilidades e encontramos nelas a força para recomeçar

 

Pe. Carlos Padilla Esteban – Jesus me diz que, se algo me pesa, devo deixá-lo para trás para entregar-me por inteiro: «Se tua mão te leva a pecar, corta-a! É melhor entrar na Vida sem uma das mãos, do que, tendo as duas, ir para o inferno, para o fogo que nunca se apaga» (Mc 9, 43). E assim se refere aos meus pés, aos meus olhos, aos meus ouvidos. Menciona tudo o que me pesa e me faz pecar.

 

O que está pesando em mim concretamente? Qual é minha algema? É um chamado à conversão, para que não aconteça comigo aquilo que disse Santo Agostinho: «Por ver tudo, acabas suportando tudo. Por suportar tudo, terminas tolerando tudo. Por tolerar tudo, acabas aceitando tudo. Por aceitar tudo, finalmente, aprovando tudo». Dessa forma, corro o risco de me acomodar e me acostumar ao meu pecado. E acredito que está tudo bem, que estou bem. Não sou digno do amor de Deus; é imerecido!

 

No entanto, eu quero me tornar um homem grato. É por isso que hoje paro naquilo que me faz pecar, no que me paralisa e me oprime. O que é? São meus olhos, minha língua, minhas mãos, meus pés, meus ouvidos? A tentação chega até mim por meio dos sentidos. E eu caio. E eu me deixo ser tentado. E o mal me leva para onde eu não quero ir, à pobreza da minha vida, minha fragilidade; eu me sinto nu em minhas defesas.

 

Há coisas que me pesam e me impedem de crescer. Eu sei perfeitamente onde está a fonte desse meu pecado que me faz egoísta e orgulhoso. Esse pecado que me faz desprezar quem sofre e pensar apenas no meu bem, no que me convém. Como estou longe da santidade à qual Jesus me chama!

 

O Pe. José Kentenich me convida a entregar minha própria fraqueza a Deus. Esta é a atitude do santo da vida diária: «As faltas e os pecados não o desanimam: são apenas erva daninha no jardim pessoal. Pelo contrário, impelem-no a lançar-se nova e mais profundamente nos braços de Deus, a desposar a própria fraqueza com a força e a graça de Deus e, desse modo, renovar a consciência de ser um instrumento». [1]

 

Não quero escandalizar-me diante do meu próprio pecado. Ao mesmo tempo, não quero parar de lutar e me conformar. Começo a trabalhar com minha própria experiência de humilhação que meu pecado traz consigo. Abro-me à graça de Deus, à sua misericórdia. Faço-me criança de novo para tornar a recomeçar. Sou apenas um instrumento que Deus pode usar quando me mostro débil e frágil em suas mãos. Quando peço a ele que me ajude a renunciar à todas as tentações. Que ele me dê a força de que preciso para caminhar mais rápido no caminho da vida.

 

* Trecho da homilia de 30 de setembro de 2018. Veja o texto completo, em espanhol, clicando aqui.

 

[1] Kentenich Reader Tomo 2: Estudiar al Fundador, Peter Locher, Jonathan Niehaus

 

Fonte: schoenstatt.org.br

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