“Deixa dimanar de mim o teu amor neste mundo escuro. Deixa-me aquecer os corações frios. Sei, Mãe, que quem quer aquecer e iluminar deve consumir-se. Consuma-me, queima também tudo que há em mim de menos nobre e de menos bom. Meu egoísmo – assim que fique somente o sacrifício puro e santo” (Henrique Schaefer)

 

Karen Bueno – As mídias anunciam que uma forte massa de ar frio, de origem polar, avança sobre o Brasil nesta semana e causa acentuada queda da temperatura em algumas regiões. Haverá dias gelados para muitos brasileiros pela frente. Ao menos 12 estados, além do Distrito Federal, terão dias de frio intenso entre a terça-feira (27) e a sexta-feira (30). [1]

 

Tem gente que adora, tem gente que reclama, tem aqueles que não ligam, enfim, as reações são diversas quando a temperatura cai. Mas, uma coisa é fato, a vontade de ficar estirado sobre as cobertas aumenta e o corpo tende a procurar abrigo e repouso. Nessas horas, há também uma oportunidade para ser santo e viver a Aliança de Amor.

 

Ao conhecer a história de Schoenstatt, vemos que o frio excessivo, a neve e muitas adversidades se tornavam alavancas, garantindo contribuições ao Capital de Graças.

 

Essas são três situações distintas:

 

José Engling no seminário

 

Noites havia em que o frio era de arrepiar. O peitoril das janelas amanhecia forrado de neve e o vento sibilava lugubremente nas claraboias. Realmente, deixar a cama de um salto, com um frio daqueles, não era brincadeira. Por isso, sempre havia alguém que aproveitava os últimos instantes para uma “conferência com o travesseiro”.

Já José Engling logo cedo estava vestido. Os colegas o consideravam modelo de pontualidade.

Ao descer para lavar-se, o lavatório estava todo vidrado de gelo. Outros tremiam, sem coragem para mergulhar as mãos na água fria. Entretanto, Engling rompia o gelo com determinação e jogava os pedaços para os lados. [2]

 

 

 

Henrique Schaefer durante a Segunda Guerra Mundial

 

Carta escrita pelo jovem herói de Schoenstatt: “Estou a 7 Km de distância de uma aldeia, numa moradia particular. Apesar de ser domingo, fomos mandados tirar neve da rua. Caiu tanta, que nenhum carro podia passar. Fico para o trabalho de abrir caminho. Faz tanto frio e o vento é tão penetrante que, apesar de dois pares de luvas, as mãos ficam geladas. Mas, já vou cuidar que o Capital de Graças transborde[3]

 

 

Irmãs de Maria Pioneiras no Brasil

 

O grupo pioneiro de Irmãs de Maria, que iniciou Schoenstatt no Brasil, enfrentou muitos desafios nos primeiros anos. Elas citam esse exemplo nas crônicas: “Estávamos tranquilas em nossas camas quando, de repente, foi preciso abrir o guarda-chuva, pois a chuva penetrava pelo telhado. A umidade da noite nos fez passar muito frio, porque não tínhamos cobertores suficientes. Aos poucos, fomos nos habituando às novas circunstâncias e ajustando as coisas”. [4]

 

 

Em meio ao frio, o vento se torna um lembrete para enchermos a talha e as blusas e cachecóis um estimulo para incendiar o mundo, lembrando e ajudando também aos irmãos que sofrem e pouco têm para se abrigar. “Assim como o fogo ilumina, aquece e se eleva ao alto, assim também o cristão é como um farol na escuridão do tempo, como um braseiro em meio ao frio e à desolação do presente e como um vivo ‘Sursum corda’ (corações ao alto) no meio do mundo orientado unilateralmente para as coisas terrenas” (Pe. José Kentenich).

 

 

 

Referências

[1] https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/2021/07/26/neve-geada-e-frio-veja-onde-a-temperatura-pode-ficar-negativa-no-pais

[2] CESCA, Olivo. Heroi de Duas Espadas

[3] HENRIQUE SCHAEFER, Dirigente da Geração Ver Sacrum, 1940/1941

[4] Coração Missionário – Biografia de Ir. M. Emanuele Seyfried. Sociedade Mãe e Rainha, 1ª edição, Santa Maria/RS:2017

 

Fonte: schoenstatt.org.br

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