“Mãe, acolhe-nos solícita sob teu manto, que nosso viver seja sempre no céu.
Protege-nos da fome, de epidemias e incêndios, a nós que, em grande aflição, recorremos a ti” (Rumo ao Céu, 501)
Karen Bueno – Imagine que você é um prisioneiro inocente e foi confinado, por um regime autoritário, em uma cadeia superlotada. Ainda por cima, está desnutrido pela fome e surge uma grave epidemia mundial. Se o coronavírus assusta em 2020, mais difícil ainda é imaginar essa situação que aconteceu no início da década de 1940 – e foi justamente ela que o Pe. José Kentenich vivenciou ao ser levado para o campo de concentração de Dachau.
Medo? Não! Fé Prática na Providência
Essa situação descrita acima permite aprender muitas coisas diante da atitude do Fundador de Schoenstatt, destacamos três delas…
1. Fé na Providência: Pe. Kentenich interpretava a situação do tempo e mostrava que Deus só permite o mal para trazer um bem ainda maior. Por exemplo: cada vez que uma crise dessas inicia, torna-se também um momento de reavivamento, da empatia, da solidariedade.
2. Atitude: Se nosso Fundador vivesse (fisicamente) em 2020, certamente seguiria todas as orientações de higiene e prevenção, pois ele não era “de ficar parado”, como vemos na sua biografia: “Devido às suas múltiplas e boas relações, o Pe. Kentenich foi um dos prisioneiros que, logo após a irrupção da epidemia (de tifo), estava a par da gravidade da situação. Sem hesitar, pediu a Schoenstatt, pelo correio secreto, que mandassem, o mais depressa possível, vacinas contra o tifo. Em consequência desse pedido, as Irmãs de Maria, que tinham a seu encargo um hospital militar aparelhado para o combate de epidemias, mandaram a Dachau soro suficiente, de modo que já no fim de dezembro de 1944, todos os padres do bloco 26, tanto alemães como de outras nacionalidades, tinham sido vacinados”. [1]
3. Confiança: Quando a situação se complicou pelas epidemias, Pe. Kentenich continuou seu trabalho espiritual em favor dos companheiros de prisão, “sem temor e sem alteração”. Confiava no poder e no cuidado da Mãe de Deus. Preocupava-se principalmente em preparar seus companheiros para as dificuldades que poderiam surgir.
Com fé, confiança e prontidão, pedimos a intercessão do nosso Fundador, diante das dificuldades do nosso tempo, rezando:
Deus, nosso Pai! Atende-nos, em nossas intenções, por intercessão do Pe. José Kentenich (pedir a graça) Realiza sinais e milagres, como testemunho de sua santidade. Concede-lhe, em breve, a honra dos altares, a fim de que muitas pessoas encontrem o caminho que conduz a ti. Por isso, te pedimos, com Maria, nossa Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt, por Cristo, nosso Senhor. Amém.
Curiosidade: O “Hino da Minha Terra” foi escrito pelo Pe. José Kentenich no terrível período da epidemia de tifo, no inverno de 1943, quando centenas de prisioneiros morriam e a insegurança existencial para muitos se tornava insuportável. Na festa da Candelária, em 2 de fevereiro, o Pe. Kentenich compôs as quatro primeiras estrofes, a sexta e o refrão. A quinta estrofe foi escrita mais tarde, em data, que não se pode precisar. O autor salientou muitas vezes que este cântico luminoso surgiu na mais escura noite de Dachau. O Hino da Minha Terra é uma das orações mais conhecidas presentes no Rumo ao Céu (livro de orações escrito pelo Pe. Kentenich no campo de concentração).
[1] MONNERJAHN, Engelbert. Padre José Kentenich: Uma vida pela Igreja. III parte, capítulo 2 – A prisão (Terceira etapa)
Fonte: schoenstatt.org.br