Pe. Ivan Simicic, Diretor Nacional do Movimento, celebra 40 anos de ordenação sacerdotal, no dia 24 de novembro. Um momento de recordação e gratidão dos quais ele compartilha conosco:
Como e onde o senhor conheceu Schoenstatt?
Conheci Schoenstatt em Santiago, no Chile, no tempo em que estava no último ano do colégio. Um colega convidou a minha turma para fazer parte da Juventude Masculina de Schoenstatt, este foi o início. Quando entramos na Universidade, formamos um grupo, que depois foi o meu grupo de Jumas, no qual fiz todo o percurso em Schoenstatt. Participei de acampamentos, retiros e ajudei na formação de grupos novos, enfim, toda a caminhada em Schoenstatt, que se fez paralela à vida em família e na paróquia universitária, onde estava. Foi um tempo muito importante, que me permitiu, junto com o fundamento da minha família, ter condições para descobrir minha vocação.
O que te deu coragem para deixar tudo e entrar no Instituto dos Padres de Schoenstatt?
Para mim foi muito importante a experiência do Santuário. Nesse tempo, no Chile, só existia o Santuário de Schoenstatt em Bellavista. A vinculação ao Santuário foi se transformando num vínculo pessoal muito importante para minha vocação. Schoenstatt, com a experiência de aliança e da presença de Deus no Santuário, tornou-se o fundamento principal que mantenho por toda a vida. Quando se descobre o Santuário ele se torna permanente, para a vida, em todos os lados por onde vamos! Outro ponto importante, que fundamenta a minha vocação, foi a descoberta da missão de Schoenstatt, a missão de nosso Pai e Fundador. Em algum momento, no meu grupo, descobri que a missão do 31 de maio e a projeção deste acontecimento, é algo que dá sentido à minha vida, assim descobri que para servir melhor nesta missão, Deus me chamava ao sacerdócio. Estes são os pilares desse processo, que me levou à decisão para ser Padre de Schoenstatt.
Nestes 40 anos de caminhada, teve alguma situação que foi marcante?
Ao longo desses 40 anos aconteceram muitos momentos diferentes, a diversas experiências porque acompanhei muitas comunidades e senti como Deus nos utiliza como seus instrumentos. Estive um tempo à serviço da direção geral na comunidade dos Padres, justamente num momento importante da comunidade em que pude acompanhar uma corrente da comunidades livres, dos cursos dos padres, que culminou numa consagração, num ato. Como responsável pelos cursos, a nível internacional, foi uma experiência muito marcante acompanhar durante muitos anos esta corrente de vida, até ela chegar ao seu ápice. Essa experiência gostaria de destacar. E em cada país sempre houve momentos muito marcantes, por exemplo, aqui no Brasil foi a celebração dos 75 anos da Obra de Famílias e a preparação do Centenário da Aliança de Amor, em 2014. São diferentes momentos marcantes, mas queria expressar esse aspecto que mais me tocou conduzir, que foi este trabalho que fiz no interior da comunidade dos Padres de Schoenstatt.
Em quais países o senhor exerceu seu sacerdócio?
Fora do Chile, onde comecei meus dois primeiros anos de atuação sacerdotal, estive 4 anos na Espanha e 6 anos em Portugal. Depois estive 12 anos à serviço da comunidade dos Padres de Schoenstatt na Alemanha, que é um trabalho diferente, pois trata-se de um serviço mais silencioso, que não é direto no trabalho pastoral, mas que tem seus desafios próprios. Depois voltei ao Chile, onde trabalhei 9 anos, o que foi um reencontro depois de ficar 22 anos fora da minha pátria, e finalmente agora n o Brasil, onde vou completar 7 anos. Então, olhando para minha vida sacerdotal, fiquei praticamente 30 anos fora do Chile. Nossa vocação dos Padres de Schoenstatt é missionária e internacional e nos colocamos à disposição do serviço onde Deus quer nos enviar.
Como é contemplar esses 40 aos de história?
Ao completar esses 40 anos tenho que dizer que passou muito rápido. O sentimento primeiro e principal é de gratidão. Agradecer a Deus pela eleição e consagração, mas também a todos que fizeram possível minha vocação: minha família, meus pais, o ambiente da família de Schoenstatt e meu grupo do Jumas. Agradeço todas essas diferentes etapas do meu serviço, nos países que estive. Também é uma oportunidade para olhar com tristeza para as falhas que temos, para as limitações, que cada um de nós tem, que se manifestam e fazem com que a instrumentalidade não seja plena, por isso este momento é uma oportunidade para pedir perdão a Deus e às pessoas, que talvez não consegui atender e servir como deveria fazer. Gratidão, pedir perdão e o sentimento de se renovar no chamado, porque continua.
Nesses últimos anos o senhor esteve no Brasil, como diretor regional e nacional do Movimento. Como foi sua experiência em nossa pátria? O que aprendeu com o povo brasileiro?
Para mim foi trabalhar um mundo de Schoenstatt diferente. As correntes de vida, o ideal Tabor e o Movimento de Schoenstatt são diferentes, devido as condições do país, que é tão grande. A estrutura do Movimento nos quatro regionais, a forma de estruturar a central nacional, enfim são muitos aspectos novos, que considero positivos, porque aprendemos como estruturar o Movimento, como servir a Família de Schoenstatt e a missão de Schoenstatt no Brasil. Depois, também tem toda a realidade do mundo religioso e humano do Brasil, onde conheci um tipo de pessoa diferente, que me complementa e me enriquece. Posso dizer que no Brasil as pessoas são mais religiosas, muito abertas para o mundo espiritual e divino. Também senti que o povo é mais filial, aberto, comunicativo, criativo. Aprendi a apreciar o compromisso, a capacidade de empreender, de lutar por um país ou uma Igreja melhor, enfim, há muitas coisas que aprendi nesta passagem pelo Brasil.
Ao concluir esta etapa no Brasil, vivemos um período de despedida, por isso gostaríamos de saber: quais serão os próximos passos? O senhor já tem uma tarefa definida?
O futuro está aberto, o que está certo é que estou voltando para minha Província, no Chile, no final de dezembro, mas ainda não recebi nenhuma informação a respeito do meu campo de trabalho. O conselho da Província se reúne no final de novembro e início de dezembro e daí fazem revisão de todos os campos de trabalho e as transferências que vão acontecer. Eu estou neste pacote, mas o superior ainda não entrou em contato para falar ou perguntar algo em relação ao meu trabalho futuro. Que estou voltando ao Chile: Sim. Para onde? Não sei.
O senhor deseja pedir algum presente especial à Mãe de Deus, para a Família de Schoenstatt, neste jubileu de 40 anos?
Que a Mãe continue me acompanhando e também a todos com os quais entrei em contato. Essa é a experiência em minha vida. Maria Santíssima é minha aliada, minha educadora e está me acompanhando. Eu sei que ela é fiel, por isso o pedido especial é que ela me dê as graças para permanecer fiel, alegre, audaz e disposto até o fim. O pedido principal é que ela interceda as graças necessárias para que possa ser fiel até o final.
A Família de Schoenstatt, do Brasil agradece pelos 7 anos de dedicação e presença do Pe. Ivan no Brasil.
Ouça a entrevista: