Muitas nações e uma só Família, uma só Igreja.

 

Ir. M. Nilza P. da Silva – É possível vencer as crises atuais? Como viver os valores da fé nesse tempo? É possível uma unidade entre fé e ciência? Entre fé e vida? Entre fé em Deus e o relacionamento de amor entre as pessoas? Haverá um novo mundo? Como construí-lo?

 

As respostas para estas perguntas estão na longa carta (epistola perlonga), escrita pelo Pe. José Kentenich aos Bispos da Alemanha, na pessoa do bispo de Treves, Dom Franz Bonnewasser. A primeira parte, 73 páginas – a carta tem no total 280 páginas – ele coloca sobre o altar do Santuário de Schoenstatt, em Bellavista/Chile, no dia 31 de maio de 1949, portanto, há 70 anos. Consciente da reação negativa que poderia vir e das graves consequências que isso poderia trazer para a Obra de Schoenstatt, o Fundador está consciente que é desejo de Deus que ele responda as perguntas do visitador do Santo Ofício e apresente para a análise da Igreja toda a ascese e o sistema pedagógico de Schoenstatt.

 

A coragem de apresentar a verdade

Nessa primeira parte, o Fundador apresenta suas análises sobre os perigos de uma fé desvinculada da vida, assim como eram apresentadas nos ensinamentos e em várias pastorais da Igreja. Ele apresenta aos bispos como as crises da sociedade tem sua origem nessa ruptura entre fé e ciência, fé e vínculos humanos, fé e vida… Trata-se de um racionalismo da fé, que desconsidera os lado afetivo do ser humano, por isso, se torna uma fé frágil, incapaz de dar sentido a vida, de entusiasmar e dar forças nas horas difíceis. Trata-se de algo muito perigoso para a existência da Igreja, pois uma fé que não considera o ser humano em sua íntegra foge dos planos de Deus e traz resultados desastrosos para a vida as pessoas e a Igreja.

 

Acompanhado por muitas orações das Irmãs, confiante na atuação do Espírito Santo que o impulsiona a cumprir a missão dada por Deus, na Argentina, ele escreve mais 48 páginas. Nelas, esclarece as várias realidades de Schoenstatt, que havia sido motivo de críticas no relatório lhe enviado pelo visitador apostólico, como exemplo, as orações do Rumo ao Céu.

 

Do Paraná partem as respostas

As 159 páginas escritas no Brasil – mais da metade da carta – Pe. José Kentenich escreve na atmosfera de coroação da Mãe e Rainha, no Santuário Tabor, em Santa Maria/RS. Enquanto as Irmãs preparam espiritualmente a coroa, com qual irão entregar-se ainda mais profundamente na Aliança de Amor, à Mãe de Deus, Pe. José Kentenich trabalha quase dia e noite: durante o dia prega dois retiros para as Irmãs, participa da realidade da comunidade no Brasil, acolhe o que se realiza nas almas de suas filhas espirituais, e, ao mesmo tempo, continua a ditar a grande carta aos bispos, na qual apresenta agora as respostas para as situações de crises da Igreja e da sociedade daquele tempo, que hoje ganharam uma dimensão ainda maior.

 

Tal conteúdo é enviado pelo correio do Paraná, em três partes: a primeira é concluída e enviada de Londrina, no dia 10 de julho de 1949; outra é concluída e enviada de Jacarezinho, em 25 de julho, do mesmo ano, e a conclusão é enviada também de Londrina, em 31 de julho de 1949.

 

Desse modo, vemos que o Terceiro Marco da história de Schoenstatt abrange três países: Chile, Argentina e Brasil, indica, assim, que Schoenstatt é uma parte viva da Igreja, forjando uma nova cultura: a cultura da Aliança de Amor.

 

 

 

 

Fotos: Ir. M. Nilza P. da Silva

 

Fonte: schoenstatt.org.br

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