O Santuário como fonte e centro de vida para Schoenstatt






3º Curso da União Apostólica de Mães de Schoenstatt – Desde 20 de agosto de 1919, Schoenstatt se abriu para os leigos e a Igreja pôde contar com o empenho de muitos jovens, seminaristas ou não, para a missão de anunciar ao mundo tudo que os empolgava e fazia arder seus corações; uma torrente de vida de graças, para transformação da humanidade em Cristo por Maria, a partir do Santuário.


Todos os que faziam parte da União sabiam que estavam inseridos nesta nova e fecunda irrupção da graça divina – a Aliança de Amor com a Mãe de Deus em 1914. Sentiam-se unidos na convicção de serem implantados no mesmo solo vital, na nova fundação, com o novo Fundador, no novo Santuário e com nova mensagem.


“A fé profunda no chamado da Mãe de Deus e a confiança em seu auxílio maternal nos colocam como seus instrumentos, à sua disposição, para a renovação do mundo”, dizia Alois Zeppenfeld, um dos líderes mais entusiasmados do Congresso de Hoerde.


Gerações formadas pela MTA

A posição de Maria na história da salvação sempre foi o ponto de partida usado pelo Pe. José Kentenich para a educação apostólica junto aos congregados. Ele vivia em perfeita confiança na graça de Deus e no auxílio de Nossa Senhora – “Mater habebit curam!” Ele conseguiu mover os corações dos jovens sob sua orientação e despertar neles o amor para a vinculação fiel e filial à Mãe Três Vezes Admirável desde o início. Este amor tem se manifestado ao longo dos anos na história de Schoenstatt como força central da Obra e dele cresceu a confiança na irrupção da graça nos corações, no tempo e no mundo.


Os congregados seminaristas foram anunciadores da Mãe Santíssima nos campos de batalha. E ela, por sua vez, acolheu a todos que estavam inflamados pelo mesmo amor e fidelidade aos mesmos ideais. Sentiam-se comprometidos com a MTA, gratos pelo auxílio que ela lhes enviava do Santuário durante a guerra. Desejavam continuar sob a mesma proteção e propagar o seu reino de graças. Com ela, percebiam que haviam se tornado grandes e fortes espiritualmente.


Os congregados e jovens da Organização Externa estavam animados pelo mesmo desejo: conseguir uma organização que se tornasse vida em cada um deles e que os impulsionasse como instrumentos de Maria para a renovação religiosa e moral do mundo. Fundaram a União Apostólica e decidiram que sua protetora seria a Mater Ter Admirabilis.


A geração fundadora vivia desse espírito mariano. Assim viveram as gerações passadas e continua a viver a presente geração. Maria é a companheira e auxiliar permanente de Jesus. Cremos na intervenção concreta de Nossa Senhora na Igreja do nosso tempo, a partir de Schoenstatt.


O Santuário: oficina de obras de arte

Após Hoerde, os jovens corações continuaram pertencendo à MTA, com sua força de atração, de transformação, com a plenitude dos valores educativos, como imagem do homem perfeito, a formadora maternal, a portadora de Cristo, a intercessora junto de Cristo, a esmagadora da serpente, o grande sinal do céu do nosso tempo, sinal de exortação, de luz, de esperança. O abrigo em Maria, na missão de Maria e no desvelo de Maria foi, é e permanecerá sendo o que de mais belo a União Apostólica recebeu.


Os encontros que se seguiram foram realizados junto ao Santuário e testemunharam a missão da MTA no campo educativo desde as primeiras décadas do séc. XX. “Eu os educarei… O Santuário é a oficina na qual a Mãe de Deus talha suas obras de arte: os santos modernos!” Suas mensagens de amor para o bem das almas ofereciam o abrigo espiritual, a transformação interior e a fecundidade apostólica para uma sociedade sem rumo, enfraquecida e com grande inversão de valores. Deus se manifestou com uma irrupção de graças, por meio da sua Mãe, criando uma atmosfera de grande poder.


Muita vida brotou. Novos grupos da União e da Liga se formaram. Schoenstatt recebia cada vez mais visitantes (homens, mulheres e jovens) que chegavam ao Santuário em busca de um lar e descobriam o amor e a vinculação à Maria e a um grande ideal…


Cada Santuário mariano revela uma parte da missão de Maria e cada um tem um carisma particular. O Santuário de Schoenstatt, para nossa Obra, continuaria a ser o ponto supremo de ligação, o centro propulsor de toda vitalidade desse organismo ao qual se ligariam todos os corações pela Aliança de Amor, por mais distantes e separados que eles estivessem, com a MTA. Ele é a escola de formação do homem novo. No Santuário, aqueles jovens que participaram do Congresso de Hoerde sempre foram vistos como companheiros nutridos na mesma fonte. Um sinal sensível da Aliança de Amor e a vinculação a um lugar de união com Deus e com toda família que estava surgindo.


Viver como Engling

O Pe. Kentenich buscava preparar sua Família para as exigências do tempo em que vivia e resumia tudo na necessidade de formar santos modernos – homens de amor heroico às provas de fogo das pequeninas coisas da vida diária. O seminarista José Engling escreve em seu diário: “Quero ser santo, santo da vida diária, herói da perfeita fidelidade às pequeninas coisas”. Ele queria fazer as coisas ordinárias de modo extraordinário, vivendo o seu ideal de “ser tudo para todos e propriedade especial de Maria”. Entregou-se à Mãe de Deus e deixou-se educar inteiramente por ela.


As suas contribuições ao Capital de Graças da MTA, o seu empenho e fidelidade na autoeducação inspiravam seus companheiros e ele levava profundamente em sua alma o mistério de Schoenstatt, a devoção a Maria, a presença de Jesus Eucarístico e o amor à Santíssima Trindade. Na guerra teve também a oportunidade de ser portador de um apostolado para a Igreja (vivia nas alturas do além e também nas profundezas humanas).


No front, o jovem heroi José Engling ofereceu a sua vida para o Capital de Graças da MTA, como holocausto pelo desenvolvimento da Obra do seu pai espiritual, no fim de maio de 1918, e Deus aceitou sua oferta de amor heroico no dia 4 de outubro do mesmo ano.


Seus esforços são exemplos ainda hoje lembrados quando a humanidade está sob constantes ameaças de destruição física, moral, espiritual…


O Pe Kentenich disse que ele era o “Documento de Fundação vivido” e bastaria considerar como foi a sua curta vida para saber o conteúdo autêntico do documento de fundação e como o compreendeu a primeira geração fundadora de Schoenstatt.

Ele previveu a educação do homem novo para a nova sociedade assumida em Hoerde.


2019: Nossa resposta e responsabilidade

Em Schoenstatt fomos presenteados com um caminho para conduzir a Igreja à nova margem.


O espírito da geração fundadora, o espírito de Engling, deverá ser testemunhado por nós como uma resposta ao chamado de Deus na hora da fundação da Obra de Schoenstatt e na hora do Congresso de Hoerde, que se repete neste tempo jubilar.


Como em Hoerde, queremos ser uma comunidade que, unida pelos mesmos ideais, arda e se propague com o fogo do amor apostólico para anunciar o reino mariano do Pai. Onde Maria reina como nossa Mãe e Educadora, a partir do Santuário, e onde nós levamos a sério nossa aspiração de autoeducação, pois o nosso tempo exige apóstolos santos.


Pe. Kentenich nos exorta: “Todo reino é mantido com fidelidade às forças que o originaram”, e também repete: “O que herdaram de seus pais, lutem para possuí-lo”.


“Acordai e despertai-vos mutuamente!”

Apóstolos leigos existem e a Igreja necessita deles. Vamos buscá-los e educá-los!


Como Mães da União Apostólica, revigoradas pela fidelidade à Aliança de Amor, sentimo-nos abrasadas e incorporadas no espírito dos congressistas de Hoerde para desenvolver nossa missão junto à família, à Igreja, ao Movimento de Schoenstatt e à sociedade. Atingimos a decisão fecunda de manter as mesmas aspirações sob a orientação carismática do Fundador, oferecendo ao mundo o ideal sempre válido: a proteção de Maria para renovar o mundo em Cristo.


Falando em José Engling, ouçamos uma canção sobre o jovem heroi.


Meu Herói

1- Em Schoenstatt temos muitos heróis, mas um é especial, “Ser tudo para todos” era o seu ideal.
Queria ser propriedade especial de Maria. E pela Obra de Schoenstatt ofertar sua vida.


Engling, José Engling, ensina-me a ser como tu: viver com fidelidade a Aliança de Amor.
Engling, José Engling, ensina-me a ser como tu: buscar a santidade todo dia seja onde for.


2- À nossa Mãe e Rainha sempre se consagrava. Seu Capital de Graças nunca faltava.
Fez parte da geração que acreditou que era possível formar um homem novo, ideia do Fundador.


3- Ofereceu sua vida, seu sangue derramou. Tão jovem, tão valente, soube ser semente.
E hoje com certeza, no Schoenstatt celeste, perto de Deus e Maria por nós ele intercede.


Composição: Maria Edna Gonçalves, CD Fonte de Graças


* O 3º Curso da União de Mães é composto por: Vania Maria Santa Cruz, Neusa Maria Rocha, Bertha V. Freire, Junice Maria R. Rocha, Maria Augusta M. Bruschini, Maria Cristina C. Lucietto, Maria Edna da S. Gonçalves e Suely Luzia C. Bayerlein.


Foto: Schoenstatt International Communication Office 2014


Referências:

ERNST, Fritz; HOLZMANN, Irene. Congresso de Hoerde – 1919, Atibaia: Movimento Apostólico de Schoenstatt.
MONNERJAHN, Engelbert; CAVANI, Pe Gilberto. Padre José Kentenich: Uma vida pela Igreja, Santa Maria: Livraria Editora Pallotti, 1977.
TREVISAN, Pe. Victor. Movimento Apostólico de Schoenstatt: Introdução Histórica, Primeiro Volume, Santa Maria, 1986.
UNIÃO DE MÃES DE SCHOENSTATT DA ARGENTINA/PARAGUAI, Estudo: Hoerde, 2018.
Uso particular da União de Mães de Schoenstatt do Brasil, trad. Fátima Maria Salgado de Mello.
CESCA, Olivo. Heroi de Duas Espadas, 3º Edição, Instituto Secular dos Padres de Schoenstatt. 1978
BOFANTE, Ir. M. Lubia; DOTTO, Ir. M. Fatima. Schoenstatt Nossa Missão, 2006, Sociedade Mãe e Rainha.


Fonte: schoenstatt.org.br

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